
NOITES DE ORVALHO
Sônia Vasconcellos
Lá fora vejo através da vidraça...
O nevoeiro esvoaçante que invade a noite...
A noite e fria e triste, as bromélias tremulam
Como quem pede socorro por um agasalho que as aqueçam
Tudo parece triste e nostálgico para o poeta que sussura o nome
Da amada que se foi se sequer dizer adeus...
Mas a noite continua fria e orvalhada
E eu vejo o mundo através da vidraça, ouço : gritos , risos, gargalhadas
Dentro da noite orvalhada...
È poética a visão que tenho do mundo, vou decifrando todos os mistérios
Que compõe o cenário que vai lá fora....
A brisa fria tortura a dor alheia mas irradia também o casal apaixonado
Que se aquece nos braços frenéticos um do outro...
O orvalho traz dentro de si seus próprios segredos
Tal qual as borboletas que voam sem revelar os seus mais
Ínfimos segredos de amor....
Noites orvalhadas, dias as ensolarados, noites chuvosas
Em cada momento deste as histórias vão acontecimentos no mundo
E assim solitariamente me sento no divã de meu quarto,
Para assistir o espetáculo das gotas de orvalho que decoram as folhas
Verdes da papoula , que descem como lágrimas frias e assim sem saber vou
colecionando os mais valiosos mistérios que vão pelo mundo das gotas de orvalho.
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