GIED - GRUPO INCENTIVO AO ESCRITOR DIAMANTINENSE
CORPO EM DESENCANTO - MARTINS MORAIS
CORPO EM DESENCANTO
Martins Morais
Um aperto, um afago e o apreço,
Que sobrepõe o fogo e intriga a mente escancarada;
Revira a casa do corpo
Incandesce a voz aveludada quase em eco...
E enche de lava a alma pura
Da extrema sensação pulgente,
Cheia de fel e ternura.
Um tempero adocicado de aurora
Páira nos pulmões dos apaixonados:
Que sofrem a hora da despedida,
Que amam o segundo após a chegada,
Que reviram as gavetas da vida e
Adormecem ao léu à espera da amada.
Um minuto é eterno
E etérea é a hora em que juntos os corpos se enchem,
Se encostam e tremem
- simultâneos...espontâneos...quentes...safos!!!
O corpo esbelto aos olhos doutro torna-se nuvem
E o entardecer dentro daquele tempo de graça
É quase que um universo por completo...
...em chamas...e em caos.
A paixão reluzente é mais que uma forma,
Mais que meias palavras,
Mais que meros sentimentos.
É uma inteira possibilidade de ver além de horizontes púrpuros,
Com binóculos mágicos, divinos,
A nossa própria alma que se estampa nas paredes da vida.
DIAMANTINA
WARLISSON DE FÁTIMA SANTOS
“Diamantina é uma jóia rara”
Assim começa uma canção
Quem nasceu em Diamantina é artista
Músico, poeta ou artesão!
Diamantina, uma jóia rara
Raro prazer do sim e do não
Terra onde os diamantes “deixaram tristeza”
Quantos de nós não vivemos em vão!
Diamantina, jóia rara
JK nos faz orgulho da nação
Todo ano tem a sua medalha
Mas a vida não muda não.
Diamantina rara
Cidade da loucura perdida,
Do beco do mota da vida,
Da desigualdade que assola o país!
Diamantina
Deusa da grande canção,
Dona de Minas, do País e do Mundo
Acima de tudo,
Orgulho deste cidadão!
segunda-feira, 21 de julho de 2014
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
POEMAS TAMBÉM, UAI.
que é pra ver se as pessoas se animam,
ou pelo menos se inspirem que ainda vale à pena.
Tudo tão tosco, bélico e áspero,
tão volátil - que se perde sem nem ser.
Preciso ser... pelo menos um pouco,
É preciso se espalhar . . . de verdade,
- em tempos de presenças virtuais.
Uma voz - sequer,
pelo telefone - que seja...
e pelo menos seja um motivo
pra um sorriso de alguém pelo resto do dia.
Seja o motivo, a razão...
e se a circunstância insistir em não permitir
faça pelo menos um pouco,
o mínimo de esforço pra ser próximo!
Vilmar Oliveira
Com seus amores, seus três tenores,
Sua luz sempre a brilhar.
Suas poesias de um viaduto,
Três ternuras a caminhar.
Maria Luiza, Malu,
Maria Tereza, Maitê
Maria Cecilia, Cissa.
Três amores apaixonar.
"Eu não tenho medo dos anos e não penso em velhice.
E digo pra você, não pense.
Nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo.
Eu não digo que estou velha, e não digo que estou ouvindo pouco.
É claro que quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê.
O bom é produzir sempre e não dormir de dia.
Também não diga pra você que está ficando esquecida, porque assim você fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima.
Eu não digo nunca que estou cansada.Nada de palavra negativa.
Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica.
Você vai se convencendo daquilo e convence os outros. Então silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha, não. Você acha que eu sou?
Posso dizer que eu sou a terra e nada mais quero ser.
Filha dessa abençoada terra de Goiás.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos.
Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo.
Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende.
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."
Negro como a noite é negra,
Negro como as profundezas da minha África.
Cesar me disse para manter os degraus da sua porta limpos.
Eu engraxei as botas de Washington.
Sob minhas mãos ergueram-se as pirâmides.
Eu fiz a argamassa do Woolworth Building.
Durante todo o caminho da África até a Georgia
Carreguei minhas canções de dor.
Criei o ragtime.
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo
Estão me linchando agora no Mississipi.
Negro como a noite é negra
Negro como as profundezas da minha África.
ou o que é muito mais fácil:
rir compulsoriamente de mim mesmo,
como se eu fosse um louco
- não sei ainda o que dói mais
tenho descoberto pouco a pouco,
é isso mesmo:
uns sentimentos totalmente conturbados;
e descontrolados
Laura,
ama-se muito;
outras vezes,
quase nada).
Mesma poesia em menos espaço
Rafael Ferreira Souza
Como é difícil me conter
Em mim mesmo
Como é triste o erro nu
E o julgamento a esmo
Como é bela a rarefação
Desencanto da vaidade
Como os velhos mestres são
Mais sábios com a mesma densidade
Como o artifício do dever
Encobre o desespero
Como o velho anseio de vencer
E a derrota ao chegar em terceiro.
Cartunista da poesia da ilusão
Devaneio típico nesta idade
Como os dias limpos que ainda virão
Mais transparência com a mesma claridade
Rafael Souza 12/01/2013
Vaqueiro das veredas
Depois de dias acobertada pela raiva, ainda me pego revendo as cenas dentro daquela casa, quando entrarei lá e não reviverei o que aconteceu? Em cada lugar uma lembrança. Como vou fazer isso parar, sem que lágrimas invadam os meus olhos? Se eu pudesse voltar no tempo naquele dia preferia nunca ter saído dali para te conhecer. Hoje recebi o cheque-mate que eu precisava, vi você fazer com outra o que fazia comigo, com tamanha facilidade que entendi que você realmente não me queria mais. Ok! Faz parte da vida, e agora com os sentimentos acalmados pelo tempo vejo o tamanho da minha infantilidade, vejo o quanto cresci com essa história que só eu vivi e sei que nunca existimos, “nós dois” e sim “cada um”. Mas se um dia chegarmos de nos tocar mais uma vez quero ter apenas a confirmação, de que não é o que desejo pra mim, pois ás vezes sabemos que está errado e sentimos a necessidade de voltar no erro apenas para entregar de vez o restinho de qualquer coisa que tenha sobrado e afirmar e reconhecer que é mesmo um erro.
Não sinto raiva, magoa rancor ou qualquer coisa parecida sinto apenas que estou livre, completamente livre e madura para quebrar a cara novamente sem pelo menos me lembrar do quanto chorei e sofri. Desculpe-me se fiz ou falei algo que não lhe agradou, e sim se você quiser podemos mesmo, sermos amigos.
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Não sei bem sobre o que escrever hoje, filosofar sem motivo aparente é muito difícil, mas pretendo levar um pouco dos meus conceitos e experiências para quem lê.
Descobri que sofrer, até pelos míseros motivos é necessário, pois precisamos viver cada momento da vida, que seja de alegria ou tristeza. Devemos nos entregar inteiramente a paixões, amores verdadeiros, prazeres, sofrimentos, podemos também “morrer”, mas ‘’morrer’’ de felicidade ou de angustia, isso fica a pedido do freguês.
Somos movidos por uma espécie de instinto, que nos conduz sem rumo algum, esse é tão contraditório como tempo que cura dores e destrói amores. Não desista de viver apenas porque fecharam-lhe uma porta (ou duas,ou três), passe por esse momento e depois erga-se como já fez por muitas vezes por inúmeros motivos e continue seguindo o seu destino pois nossos monstros e dores um dia sempre vão embora e você fica.
Quando penso em você o meu corpo arrepia-se inteiro, e eu faria qualquer coisa, qualquer coisa para que escutasses o som da minha voz e eu escutasse a sua ou até mesmo a música que embalou o nosso beijo e quando fecho os olhos posso senti-lo aqui, exatamente aqui tocando os meus lábios e o meu rosto de forma tão doce.
Perdoa-me por eu ser tão covarde, mas tenho medo de correr riscos, medo de ama-lo e se eu pudesse te ver só mais uma vez, por alguns instantes "iria roçar nos teus cabelos, beijar a tua boca, tocar tuas mãos mesmo que fosse uma só vez, prefiro te ter por alguns segundos, do que passar a eternidade sem isso".
segunda-feira, 14 de maio de 2012
MAIS POEMAS LEGAIS
VÍDEO EXIBIDO PELO CANAL TV VALE SOBRE SARAU DO G.I.E.D.
INSTINTO
JULIANA LEAL
Foi numa manhã de um dia útil que estive diante dos olhos mais tristes que até então tinha conhecido.
Doeu de olhar, apesar de não parecerem se importar muito com sua própria dor. Patrimoniada que estava na superfície de sua alma. Dificilmente intransferível, no entanto.
Perguntei ao homem que os acompanhavam:
_ O que (ele?) tem?
_ Ela. É ela... _ me corrigiu.
_ Depressão.
_ Como assim “depressão”? _ me surpreendi.
Uma sucessão de perguntas e respostas foi se aglutinando em torno daquilo que para mim não podia ser real. Por isso insisti. Por isso dei um pause no meu percurso para dar uma chance pra mim. Não podia explicar direito, mas conseguia me perceber melhor como ser humano ouvindo o homem contar a rotina daquela criaturinha.
Tristeza. Choros. Diários... Ininterruptos, contava. Rotina insuportável para a família que, à despeito das várias orientações médicas de que o que ela de fato precisava era companhia de carne e osso, decidira providenciar um bichinho de pelúcia que ela, em sua carência presidiária, adotara como seu filhinho. Um dó de ver, me relatava.
_ Mas por quê isso, santo Deus? Por quê? _ perguntava com uma indignação que não fazia questão alguma de controlar.
Não, não a deixavam. Precisavam, antes, encontrar um parceiro do seu nível. Do contrário nada poderia ser feito e ela continuaria na companhia cuidadosa do homem que me relatava o caso e que a levava para passear, vez ou outra, pelas ruas do bairro. Um jeito besta de despistar sua infelicidade.
Depois de um tempo o silêncio se instaurou de vez entre nós três. Única saída digna para aquela história...talvez a de tantos outros seres... Daquela rua? Da cidade? Minha? Sua?
Retomei meu caminho e me despedi. Mas antes que me afastasse demais, olhei pra trás pra ver se ela ao menos latiria. Que fosse de tristeza. Paciência!!! _ pensei. Mas um latido que provasse que ainda guardava dentro de si desejo de viver, de amar, de se doar... À sua prole. À seu macho. Além de a mim, que recebia dela, gratuitamente, tanta, mas tanta vontade viver.
Mas foi seu treinador quem me olhou. Com olhos impotentes, embora convictos de que sem amor o fim daquela cachorrinha não seria outro que a morte.
Pisquei os olhos e me lembrei, num flash instantâneo, da quantidade de vezes que, na minha infância, vira casais de cachorros cruzando pelas ruas. Sem dar bola pra hora, lugar, tamanho, raça, pedigree e baldes de água fria de vizinhas mal-amadas, mas apenas pra essa coisa, muitas vezes incontrolável, chamada instinto.
INSTINTO
Banguê
Minha casa