CORPO EM DESENCANTO - MARTINS MORAIS

CORPO EM DESENCANTO

Martins Morais

Um aperto, um afago e o apreço,

Que sobrepõe o fogo e intriga a mente escancarada;

Revira a casa do corpo

Incandesce a voz aveludada quase em eco...

E enche de lava a alma pura

Da extrema sensação pulgente,

Cheia de fel e ternura.

Um tempero adocicado de aurora

Páira nos pulmões dos apaixonados:

Que sofrem a hora da despedida,

Que amam o segundo após a chegada,

Que reviram as gavetas da vida e

Adormecem ao léu à espera da amada.

Um minuto é eterno

E etérea é a hora em que juntos os corpos se enchem,

Se encostam e tremem

- simultâneos...espontâneos...quentes...safos!!!

O corpo esbelto aos olhos doutro torna-se nuvem

E o entardecer dentro daquele tempo de graça

É quase que um universo por completo...

...em chamas...e em caos.

A paixão reluzente é mais que uma forma,

Mais que meias palavras,

Mais que meros sentimentos.

É uma inteira possibilidade de ver além de horizontes púrpuros,

Com binóculos mágicos, divinos,

A nossa própria alma que se estampa nas paredes da vida.


DIAMANTINA

WARLISSON DE FÁTIMA SANTOS


“Diamantina é uma jóia rara”

Assim começa uma canção

Quem nasceu em Diamantina é artista

Músico, poeta ou artesão!


Diamantina, uma jóia rara

Raro prazer do sim e do não

Terra onde os diamantes “deixaram tristeza”

Quantos de nós não vivemos em vão!


Diamantina, jóia rara

JK nos faz orgulho da nação

Todo ano tem a sua medalha

Mas a vida não muda não.


Diamantina rara

Cidade da loucura perdida,

Do beco do mota da vida,

Da desigualdade que assola o país!


Diamantina

Deusa da grande canção,

Dona de Minas, do País e do Mundo

Acima de tudo,

Orgulho deste cidadão!

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


NOITES DE ORVALHO
Sônia Vasconcellos


Lá fora vejo através da vidraça...
O nevoeiro esvoaçante que invade a noite...
A noite e fria e triste, as bromélias tremulam
Como quem pede socorro por um agasalho que as aqueçam
Tudo parece triste e nostálgico para o poeta que sussura o nome
Da amada que se foi se sequer dizer adeus...
Mas a noite continua fria e orvalhada
E eu vejo o mundo através da vidraça, ouço : gritos , risos, gargalhadas
Dentro da noite orvalhada...
È poética a visão que tenho do mundo, vou decifrando todos os mistérios
Que compõe o cenário que vai lá fora....
A brisa fria tortura a dor alheia mas irradia também o casal apaixonado
Que se aquece nos braços frenéticos um do outro...
O orvalho traz dentro de si seus próprios segredos
Tal qual as borboletas que voam sem revelar os seus mais
Ínfimos segredos de amor....
Noites orvalhadas, dias as ensolarados, noites chuvosas
Em cada momento deste as histórias vão acontecimentos no mundo
E assim solitariamente me sento no divã de meu quarto,
Para assistir o espetáculo das gotas de orvalho que decoram as folhas
Verdes da papoula , que descem como lágrimas frias e assim sem saber vou
colecionando os mais valiosos mistérios que vão pelo mundo das gotas de orvalho.

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