CORPO EM DESENCANTO - MARTINS MORAIS

CORPO EM DESENCANTO

Martins Morais

Um aperto, um afago e o apreço,

Que sobrepõe o fogo e intriga a mente escancarada;

Revira a casa do corpo

Incandesce a voz aveludada quase em eco...

E enche de lava a alma pura

Da extrema sensação pulgente,

Cheia de fel e ternura.

Um tempero adocicado de aurora

Páira nos pulmões dos apaixonados:

Que sofrem a hora da despedida,

Que amam o segundo após a chegada,

Que reviram as gavetas da vida e

Adormecem ao léu à espera da amada.

Um minuto é eterno

E etérea é a hora em que juntos os corpos se enchem,

Se encostam e tremem

- simultâneos...espontâneos...quentes...safos!!!

O corpo esbelto aos olhos doutro torna-se nuvem

E o entardecer dentro daquele tempo de graça

É quase que um universo por completo...

...em chamas...e em caos.

A paixão reluzente é mais que uma forma,

Mais que meias palavras,

Mais que meros sentimentos.

É uma inteira possibilidade de ver além de horizontes púrpuros,

Com binóculos mágicos, divinos,

A nossa própria alma que se estampa nas paredes da vida.


DIAMANTINA

WARLISSON DE FÁTIMA SANTOS


“Diamantina é uma jóia rara”

Assim começa uma canção

Quem nasceu em Diamantina é artista

Músico, poeta ou artesão!


Diamantina, uma jóia rara

Raro prazer do sim e do não

Terra onde os diamantes “deixaram tristeza”

Quantos de nós não vivemos em vão!


Diamantina, jóia rara

JK nos faz orgulho da nação

Todo ano tem a sua medalha

Mas a vida não muda não.


Diamantina rara

Cidade da loucura perdida,

Do beco do mota da vida,

Da desigualdade que assola o país!


Diamantina

Deusa da grande canção,

Dona de Minas, do País e do Mundo

Acima de tudo,

Orgulho deste cidadão!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

POEMAS DE MARTINS MORAIS - TESOUREIRO E EX-PRESIDENTE DO GIED POR DOIS MANDATOS

A Resposta É Um Silêncio
Martins Morais

Certa vez eu parei
E me perguntei sobre o tempo
Em que era simples folha seca
Estirada sobre a relva
Que me aquecia nos dias
E me orvalhava as noites;

Respondi com um silêncio...

Que me disse tudo que precisava.

Não era nem mais esperto que o vento,
Nem sabia menos que os passarinhos,
Nem tão pouco sorria sem saber a razão.

Tudo era fantasia em minha cabeça de folha
Mas eu não me atinha.

Mas irritava-me o som das águas,
O murmúrio das sombras,
O pestanejar das auroras,
O assobiar das janelas entreabertas.

Me desmistifiquei quando soube
Que o passado era mais simples
Do que o imaginado por mim

Então desisti de querer aprender a voar sozinho
Pois o medo tomou conta de minha cabeça foliar

E também desisti de querer sair de onde estava
Só por causa do risco que corria

E por dentro de mim eu calava
Cada vez mais, e não tinha mais emoção.

O peso caía sobre meus ombros como tonelada
E os desejos de dedilhar meu violão
Eram torrados, massacrados, pisoteados

Sem mais nem menos eu me acabava
E assim passei a conhecer o tédio

Da busca e do desejo incontrolável
De querer tudo e não querer nada
De perder tudo sem sentir mais medo

E então descobri que morrera mais um tanto
De mim que nem conhecia
Mas que, em breve,
Deixaria de me pertencer cada vez mais.

Morri de mim...deixei de me pertencer...
Morte morrida...morte da morte...
Sou um autêntico fracassado emocional e não me perdôo...

Disse tudo, agora as cortinas se fecham e eu saio de fininho
E deixo o caminho aberto para outros sóis
E me deixo cada vez mais longe deste porto
Sem volta, sem meio, sem nada!!!!



Ciclo De Vida
Martins Morais

Ar - Água - Sol - Terra
Semente
Vida
“Nasce...
Seiva
Brotos
Verde
“Cresce...
Tronco
Peito
“Adolescente...
Galhos
“Floresce...
Braços
Folhas
Dedos
“Jovem...
Sombra
Cabelos
Frutos
Natureza
“Homem...
Machado
Medo
Feridas
“Adulto...
Estrondo
Terra
Sol
“Morre...
Semente
Água
“Nasce...refaz-se...
Eternamente
Ar – Água – Sol - Terra
“Árvore!!!”




“Meu
problema
é sempre
pensar que
é sempre
problema
meu”.


Martins Morais




   SOZINHO 
         Martins Morais        

O tempo me nega carinho
E o corpo
que me seduz
Nega calor, nega sabor...
Não reluz!
Busco na solidão que deparo
Meu parente distante,
Mas tão perto
que posso enxergá-lo.
Brusco,inofensivo,compreensivo.
Vaga nas linhas curvas
De letras
e frases curtas
Que não tenho
medo de mostrar.
Incertas palavras...
inquietas letras...
Se espalhando
pelo papel
Amarelado...
amassado...
Como um peito
que procura abrigo
Com o coração estourado
Num só pulsar que troveja
E me transpassa os nervos
de flor...
de pedra...
de prazer...
...e amor.

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